CINECLUBE SATED/SP – PROGRAMAÇÃO DE OUTUBRO

O Cineclube SATED desde março passado quando reiniciou sua temporada de 2008, exibe filmes do Cinema paulista principalmente da produção efetuada na chamada “Boca” e também obras do cinema contemporâneo.
As exibições acontecem sempre às quintas-feiras as 19h30 na sede do Sindicato e são seguidas de debates com os realizadores das obras pondo ao alcance dos estudiosos uma oportunidade ímpar de conhecer fitas que dificilmente encontrarão no circuito comercial. As sessões são abertas ao público respeitando-se a capacidade da sala.
O Cineclube foi inaugurado em outubro do ano passado com o filme “A meia-noite levarei sua alma” (1963) de Jose Mojica.
De acordo com o cineasta Mário Vaz FilhoCoordenador do Projeto e Diretor do Sindicato que conta ainda com a produção executiva de Clery Cunha uma das finalidades do Cineclube é através das obras exibidas reunir os remanescentes do “Cinema da Boca”o foco de resistência do cinema paulista aos anos de chumbo da Ditadura.
Erroneamente quando se menciona o cinema da “Boca”sempre o termo é associado à pornografia. Entretanto a “boca”no centro velho da cidade principalmente nas ruas dos Gusmões ,Andradas ,Rio Branco, Praça Júlio Mesquita e arredores era o local onde se concentravam as produtoras paulistas que tentavam escapar às duras regras censoras impostas pela Ditadura Militar. E ali foram feitos grandes filmes e atores , atrizes, fotógrafos e iluminadores tinham a certeza que sempre podiam defender algum. Nomes como os de Cláudio Cunha , Carlos Reichenbach, Guilherme de Almeida Prado, Galileu Garcia, Galante , Aníbal Massaini , Cristiane Torloni, José Mayer, Cláudio Marzo, Tassia Camargo, Carlos Verezza e tantos outros transitavam pelos estúdios da “Boca” trabalhando sua arte com dignidade.

CINECLUBE SATED – PROGRAMAÇÃO DE OUTUBRO

No mês de outubro a programação do Cineclube Sated faz homenagens póstumas a importantes nomes do Cinema Paulista, Jean Garrett , Ody Fraga e M. Augusto de Cervantes, diretores e produtores, com exibições gratuitas dos filmes da década de 70.

O Cineclube SATED desde março passado, quando reiniciou sua temporada de 2008, exibe filmes do Cinema Paulista, principalmente da produção efetuada na chamada “Boca” e também obras do cinema contemporâneo.

As exibições acontecem sempre às quintas-feiras, as 19h30, na sede do Sindicato e são seguidas de debates com os realizadores das obras, pondo ao alcance dos estudiosos uma oportunidade ímpar de conhecer fitas que, dificilmente encontrarão no circuito comercial. As sessões são abertas ao público, respeitando-se a capacidade da sala.

Entrada Franca.

Capacidade da sala: 50 lugares.

Os interessados devem reservar seu ingresso pelo telefone.

Maiores informações com Camila (11) 3335-6133, no horário comercial.

O SATED/SP fica na Av. São João, 1086, 4. ° andar conj. 407.

Centro.

Assessoria de Imprensa – CentauroPress Assessoria de Comunicação

Jornalista – Ester Lopez –(mtb: 25035) – (11) 3513-3406 , 2773-6130 e 9298-7292.

CONFIRA A PROGRAMAÇÃO DE OUTUBRO:

HOMENAGENS PÓSTUMAS:

JEAN GARRETT / ODY FRAGA: Diretores

M. AUGUSTO DE CERVANTES: Produtor

Filmes dirigidos por Jean Garrett *:

02/10 – EXCITAÇÃO

Filme: EXCITAÇÃO

Drama / 1976 – 90 min.- Colorido / País:  Brasil

Direção:  Jean Garrett

Elenco:  Liana Duval, Zilda Mayo, Betty Saddy, Kate Hansen, Flávio Galvão, João Paulo Ramalho, Liana Duval, Carlos Meni, e outros.

Classificação:  Programa para jovens e adultos.

Sinopse – Boa história sobrenatural. Raridade. Com Kate Hansen. Vítima de crises nervosas e alucinações, Helena é levada pelo marido para uma casa de praia onde tenta se recuperar. Quando ela descobre que o antigo proprietário enforcou-se na casa, os eletrodomésticos ganham vida e começam a atacá-la.

09/10 – NOITE EM CHAMAS

Filme: NOITE EM CHAMAS

Drama / 1977 – 104 min. – Colorido/ País:  Brasil

Direção:  Jean Garrett

Elenco: Lola Brah, Maria Lúcia Dahl, Tony Ferreira, Sérgio Hingst, Zilda Mayo, Ricardo Petráglia, José Júlio Spiewak, e outros.

Classificação:  Programa para jovens e adultos.

Sinopse – Dir. Jean Garret, 1977. Revoltado com sua condição, o servente João planeja explodir imponente hotel do qual é funcionário. Ao mesmo tempo, vários dramas se desenvolvem nas salas e quartos do mesmo: uma atriz de filmes eróticos planeja seu suicídio, pregador americano faz conferência sobre sua nova religião, jovem comemora sua entrada na faculdade com prostitutas, repórter persegue milionário judeu que matou uma mulher e etc.

16/10 – MULHER MULHER

Filme: MULHER MULHER

Drama / 1979 – 100 min. – Colorido / País:  Brasil

Direção:  Jean Garrett / Roteiro: Ody Fraga e Jean Garrett

Elenco: Helena Ramos, Carlos Casan, Petty Pesce, Denis Derkian, Liana Duval, Cavagnole Neto, Aldo Bueno, Paulo Leite, Zélia Toledo, e outros.

Classificação:  Programa para jovens e adultos.

Sinopse – Alice chega a sua casa de campo para descansar e refletir sobre sua relação com o marido que acabou de falecer, um psiquiatra mesquinho e devasso que a desprezava. Querendo recompor parte de sua personalidade reprimida pelo marido, Alice mostra-se aberta a experiências que a recompensem de um passado cheio de frustrações.





Filmes dirigidos por Ody Fraga *:

23/10 – A FEMEA DO MAR

Filme: A FEMEA DO MAR

Drama / 1975 – 86 min. – Colorido / País:   Brasil.

Direção e Roteiro: Ody Fraga

Elenco: Calu Caldine, Jason César, Adélcio da Costa, Jean Garrett, Aldine Muller. Neide Ribeiro, e outros.

Classificação:  Programa para jovens e adultos.

Sinopse – Mãe e filha, habitantes de praia deserta, disputam amor de mesmo homem. Numa ilha deserta do litoral catarinense, mulher vive com os dois filhos na esperança de que o marido que saiu para o mar volte um dia. A chegada de um marinheiro (interpretado pelo cineasta Jean Garret) com a notícia da morte do marido vai desencadear a liberação sexual deles e, ao mesmo tempo, um clima sinistro de angústia e tensão.

30/10 – PALACIO DE VENUS

Filme: PALÁCIO DE VÊNUS

Drama / 1980 – 90 min. – Colorido / País:   Brasil.

Direção e Roteiro: Ody Fraga

Elenco: Arlindo Barreto, Helena Ramos, Matilde Mastrangi, Sérgio Boldrin, Wilson Bonifácio, Lola Brah, eudes Carvalho, Jaime Cortez, Suleiman Daoud, Zélia Diniz, Fátima Fonseca, Virgínia Gil, Elizabeth Hartmann, Joyce Laine, Sandra Lamar, Paulo Leite, Felipe Levy, e outros.

Classificação:  Programa para jovens e adultos.

Sinopse – Filha de prostituta foge de casa, no interior, para encontrar com a mãe que mora num bordel de luxo. A adolescente não sabe qual a profissão da mãe e o que ela faz na casa onde vive. Enquanto isso, as outras prostitutas decidem entrar em greve por uma divisão mais justa dos lucros. A cafetina, para acalmar os fregueses que começam a chegar, anuncia o sorteio de uma virgem para aquela noite.

* MAIS SOBRE OS DIRETORES HOMENAGEADOS

JEAN GARRETT

Jean Garrett ficou conhecido como um diretor de pornochanchadas. Mas por mais que haja títulos provocativos (Excitação, Possuídas pelo Pecado), todas as descrições de seus filmes estão longe das comédias eróticas descontraídas que vêm à mente assim que se fala o nome “pornochanchada”. Ao contrário, revelam um diretor muito mais afinado com o cinema de gênero e com os necessários toques eróticos do cinema comercial da época, certamente.

Começou no cinema por intermédio de José Mojica Marins e foi direto para o Cinema da Boca. Logicamente, isso significa uma determinada faixa de mercado e uma marca estilística: os filmes devem explorar a sensualidade e exibir corpos de mulheres com roupas mínimas, seja a intriga qual for.

Fotógrafo de profissão trabalhou com moda, institucionais e fotonovelas, Garrett (nome real: José Antonio Nunes Gomes da Silva).

Dirigiu em 1974 seu primeiro longa-metragem, A Ilha do Desejo (Paraíso do Sexo), e aí se confirma como aquilo que se tornou uma espécie de marca do seu cinema dentro da Boca do Lixo: o excelente artesanato.

O cinema de Jean Garrett divide-se em duas preocupações: A primeira é uma necessidade sua, própria, de criar climas de suspense, de utilizar a linguagem cinematográfica clássica e poder trabalhar com ela, de forma seca (pouquíssimos planos e cortes desnecessários) e efetiva. A segunda, obviamente, é questão do métier: dedicar um generoso espaço narrativo-visual – e, claro, criar na trama ocasiões que facilitem – dado aos corpos seminus das atrizes.

ODY GRAGA

Ody Fraga foi um dos profissionais mais requisitados e atuantes do Cinema Paulista. Participou de cerca de 60 produções, ao longo de 35 anos de carreira, como diretor e roteirista de filmes populares. É lembrado até hoje por sua agilidade para alinhavar e solucionar histórias, argumentos e roteiros que, transformados em filmes da noite para o dia, batiam recordes de bilheteria nos cinemas do centro de São Paulo. Filmes policiais, de ação, cangaço, terror, aventuras, dramas e comédias eróticas, Ody escreveu e dirigiu filmes de todos os gêneros, inclusive de “sexo explícito”, abraçado sem pudor ou falsos moralismos.

Intelectual na linha de frente da luta contra o preconceito defendia a pornochanchada e o filme pornográfico com unhas e dentes, sempre invocando os grandes autores da literatura mundial e seus conhecimentos sobre a psicologia humana. Através de uma grande variedade de títulos raros, produzidos em São Paulo entre 1967 e 1985, a Sala Cinemateca Brasileira chegou a montar a retrospectiva “Ody Fraga – O Gênio do Sexo”, apresentando um panorama sobre a evolução da sexualidade do brasileiro comum, ajuda a refletir sobre uso que o cinema e a publicidade fazem do sexo como estratégia para sedução do público.
Seu primeiro longa-metragem, chamado “Erótika”, produzido pelo montador Silvio Renoldi (o mesmo de [O Bandido da Luz Vermelha]), só foi concluído cinco anos depois de iniciadas as filmagens. Com o título alterado para “Vidas Nuas” (1967), fez um milhão e meio de espectadores graças aos números de strip-tease enxertados pelo produtor Antonio Polo Galante. Após escrever para várias emissoras de TV em São Paulo (Bandeirantes, Cultura, Tupi e Record), em 1973 Ody radicou-se definitivamente na Boca do Lixo. Os produtores Galante e Augusto de Cervantes, o ator David Cardoso e o diretor Ary Fernandes estão entre os principais nomes que produziram os roteiros de Ody.

Também escreveu ou dirigiu para Aníbal Massaini e Oswaldo de Oliveira, Jean Garret, Cláudio Cunha, Tony Vieira, Carlos Coimbra, Fauzi Mansur, Clery Cunha, Roberto Mauro, John Doo, Mário Vaz Filho, Cláudio Portioli e Antônio Meliande. Ody Fraga dirigiu ou roteirizou algumas das produções mais importantes realizadas na Boca do Lixo.

Entrada Franca.

Capacidade da sala: 50 lugares.

Os interessados devem reservar seu ingresso pelo telefone.

Maiores informações com Camila (11) 3335-6133, no horário comercial.

O SATED/SP fica na Av. São João, 1086, 4. ° andar conj. 407. Centro.

Fonte: Centauro Press





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