Obra no Largo do Batata termina em agosto

Passados dez anos e quatro mandatos de prefeitos, as obras de revitalização do Largo da Batata, em Pinheiros, na Zona Oeste de SP, já têm data para acabar: agosto deste ano, segundo a Prefeitura. A notícia é um alívio para comerciantes da região e motoristas, que enfrentam há uma década a rotina de interdições de vias e trânsito caótico nas ruas que circundam as obras.

“Meu faturamento caiu 40% desde o início da construção no bairro de Pinheiros”, afirmou Edison Oliveira, dono da loja de material esportivo Pesca Pinheiros, que funciona desde 1970 no bairro. “Durante um ano e seis meses a rua ficou totalmente bloqueada. Agora está aberta só para pedestres.”

Outro comerciante da região, Paulo Ito, estabelecido há 59 anos no Largo da Batata, tem prejuízo ainda maior na sua Casa Ito, de roupas: 60% na queda do faturamento. E, para sobreviver, recorre a créditos bancários. “Mas ainda assim estou otimista”, disse. “Espero que quando tudo estiver pronto melhore muito o movimento.”

Com custo final de R$ 146 milhões, o projeto foi idealizado em 2001, na gestão de Marta Suplicy (PT), e as sondagens da área começaram no ano seguinte. A região ganhará um terminal de ônibus ao lado da Estação Pinheiros do Metrô e uma praça com um espaço cultural na Rua Martin Carrasco, onde lojas dos anos 1950 resistem em meio às obras.





Para a estudante Sthefane Bevilaqua, que passa todos os dias de carro pelo local, o investimento e o tempo gasto não vão valer a pena. “Demorou tanto que quando ficar tudo pronto vai ter de começar de novo. As intervenções já vão estar obsoletas.”

DOIS ANOS/ Um dos motivos da demora para a entrega foi a localização, em 2009, de um sítio arqueológico no local. O fato imprevisto fez com que o cronograma inicial ficasse atrasado em mais de dois anos.

Milhares de utensílios domésticos foram encontrados nas escavações. “Havia ali uma antiga taberna”, explicou arqueólogo responsável pelo trabalho, Placido Cali. “Esse povoamento teve suas origens no século 16, na formação do Aldeamento  dos Pinheiros, constituído pelos jesuítas e atraindo indígenas que ficaram no entorno da Capela de Nossa Senhora da Conceição.”

Fonte: Diário de S. Paulo





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