Preso suspeito de matar jovem em briga entre skinheads e punks em Pinheiros

A polícia de São Paulo prendeu nesta sexta-feira um rapaz de 20 anos suspeito de ter matado o estudante Johni Raoni Falcão Galanciak, de 25, após uma briga entre grupos punks e neonazistas em frente a um bar, na Rua Cardeal Arcoverde, em guia de Pinheiros, zona oeste de SP. O crime aconteceu no fim de semana passado e é investigado pela Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi). De acordo com a delegada titular do Decradi, Margarette Correa Barreto, Guilherme afirmou no depoimento que estava no local da briga, mas não confessou a autoria do crime. Ele foi reconhecido por testemunhas.

A Justiça decretou a prisão temporária de 15 dias e o suspeito foi transferido para o 2ºDP (Bom Retiro). Cerca de 20 pessoas já foram ouvidas e as investigações continuam. Guilherme seria ex-amigo da vítima e integraria um movimento de skinheads em Osasco, na Grande São Paulo.

Johni foi esfaqueado em frente ao Carioca Clube, boate na região de Pinheiros. Ele chegou a ser socorrido por amigos, mas não resistiu aos ferimentos. Na briga de sábado, um outro rapaz, identificado como Fábio dos Santos, 21, ficou gravemente ferido. Ele está internado no Hospital das Clínicas (HC) em estado grave e respira com a ajuda de aparelhos.





O confronto ocorreu antes do show da banda punk inglesa Cock Sparrer e teria sido marcado pela internet. A produção do evento chegou a enviar um ofício para a Polícia Militar alertando sobre provocações que já ocorriam por meio do Twitter. O comando da PM afirma que reforçou o policiamento na área, mas que “pela determinação ao confronto, a briga poderia ocorrer na casa do show ou no quarteirão próximo.

Os confrontos entre grupos de skinheads e punks são recorrentes em São Paulo. A cidade tem pelo menos 25 gangues deste tipo, segundo a polícia. Os skinheads neonazistas são um grupo numeroso e violento. Pregam a supremacia branca e a violência contra judeus negros e nordestinos.

– Eles odeiam judeus, negros, gays, o feminismo, o multiculturalismo e tudo o que eles veem como ameaça, em seu delírio de genocídio do arianismo – diz a antropóloga Adriana Dias que, em seu Mestrado na Unicamp, mapeou ação dos grupos neonazistas na internet.

Originalmente, porém, o movimento skinhead remete a jovens da periferia inglesa que eram ligados às torcidas de futebol e a união do rock com a música jamaicana, como o ska. Em São Paulo, há grupos skinheads anarquistas. Na briga de sábado, esse grupo teria se “unido” com integrantes do movimento punk, do qual fazia parte Galanciak, contra skinheads neonazistas.

Fonte: O Globo





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