Restrição faz 80 feiras mudarem de horário, incluindo na região de Pinheiros

Restrição na circulação de caminhões em São Paulo afetou o horário de funcionamento de 80 feiras livres da capital. Desde anteontem, por decreto da Prefeitura, as vendas na área sob fiscalização serão encerradas às 12h30 – e não às 13h30. A medida vai encurtar em uma hora feiras tradicionais, como as da Benedito Calixto, da D. Antônio Alvarenga e do Pacaembu.

Segundo a Secretaria de Coordenação das Subprefeituras, a medida serve para que os caminhões da Prefeitura responsáveis pela limpeza consigam deixar a zona de restrição antes do limite das 16 horas, que vale para veículos de obras e infra-estrutura. Serão afetadas feiras nas Subprefeituras do Ipiranga, de Pinheiros, da Lapa, da Sé e da Vila Mariana.

Pelas novas regras, as barracas deverão ser desmontadas até as 14 horas. As outras 850 feiras da cidade continuarão funcionando das 7h30 às 13h30. O horário de início das feiras também não muda.

Nos dois primeiros dias em que a medida esteve em vigor, porém, ao menos na feira do Pacaembu, nem consumidores, nem feirantes, nem fiscais das subprefeituras foram avisados da mudança. “Geralmente é assim. Demoram alguns dias para nos avisar. Depois, nós repassamos para os feirantes”, disse um dos agentes, que vistoriou a feira do Pacaembu ontem e anteontem, sem saber da nova legislação.





Os feirantes do local também ficaram surpresos. “Verdade? Ninguém nos falou nada”, disse Paulo Ferreira, cuja família é dona de uma barraca de legumes no local desde 1938. Como a maioria dos feirantes, porém, estava conformado. “Vamos ter de nos adaptar. Vai ser mais puxado, mas o negócio é fazer a xepa (o fim) mais cedo.”

Para o presidente do Sindicato dos Feirantes e Comércio Varejista do Estado, José Torres Gonçalves, a medida é “extremamente prejudicial”. “Estimamos perda de 20% a 30%. Depois do almoço, vendemos até mais do que de manhã. É absurdo.”

Mas quem se queixou mesmo do novo horário foram os responsáveis por uma verdadeira instituição da culinária paulistana – os donos das barracas de pastéis de feira. “Vamos ter de desmontar a barraca logo no horário do almoço? Quero ver para avisar o pessoal acostumado a almoçar aqui”, reclamou o pasteleiro José Hiromi, que tem ponto na Feira do Pacaembu há mais de 30 anos.

A Secretaria das Subprefeituras informou que integrantes da Supervisão Geral de Abastecimento (Abast) percorrerão as feiras nesta e na próxima semana para orientar os agentes vistores e os feirantes.

Fonte: Estadao.com.br





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