Três postes impedem funcionamento do Terminal Pinheiros

Inaugurado pelo então prefeito Gilberto Kassab (PSD) no fim de dezembro em uma cerimônia apenas simbólica, o Terminal Pinheiros da São Paulo Transporte (SPTrans), na zona oeste de SP, ainda não funciona por causa de três postes de energia que ficaram no meio da Rua Sumidouro. É o que afirmou em entrevista para o jornal Estado de S. Paulo o secretário municipal de Transportes, Jilmar Tatto.

Segundo ele, a demora na retirada das estruturas se deve a negociações entre a AES Eletropaulo, responsável pelas vigas, e a empresa municipal São Paulo Obras (SPObras), encarregada da construção do empreendimento. A Eletropaulo, diz Tatto, orçou o serviço em R$ 800 mil. O terminal custou R$ 146 milhões.

“Tem uma parte de tecnologia de controle do terminal que eu já autorizei a fazer e outras coisas menores. Mas o principal é isso. Pela CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), não dá para passar o ônibus, porque cria um transtorno lá. Então, quando tirar, inauguramos”, afirmou o secretário. “Para nós, já estamos prontos. É um terminal importante e que precisamos colocar em operação.

Mas a data para a remoção dos postes e a liberação do entorno do terminal provocou informações desencontradas entre a Eletropaulo e SPObras. Em nota, a concessionária de energia contestou o valor do serviço e a posição dos postes problemáticos.

Segundo a empresa, o “valor de R$ 800 mil, mencionado pela Prefeitura de São Paulo, é referente à remoção das redes das operadoras de telecomunicação e TV a cabo”. A concessionária disse ainda que “recebe este valor do município e repassa para essas empresas” e que o custo da Eletropaulo “para remoção dos postes é de R$ 24 mil e já foi pago pela Prefeitura”.

Ainda na nota, a companhia informou que os postes ficam na Rua Butantã, e não na Sumidouro, e que a remoção está prevista só para 24 de março.





Por outro lado, a SPObras garantiu que o serviço será feito já neste fim de semana, mas sem detalhar se hoje ou amanhã.

Na avaliação do arquiteto no bairro de Pinheiros Flamínio Fichmann, consultor de Transportes, que participou do projeto da Linha 4-Amarela de metrô, que será ligada ao novo terminal, a demora da entrega por um problema assim é injustificável. “Isso causa um transtorno grande. Em relação a remanejamentos de postes, acho que a Eletropaulo está devendo há um bom tempo. Deveriam dar prioridade em virtude de uma obra desse porte. Lamentável.”

Na chuva. Quem precisava pegar ônibus perto do futuro terminal ontem à tarde se queixou da demora para a entrega. “Eu economizaria meia hora para chegar ao trabalho se conseguisse embarcar no ônibus aqui do lado do metrô”, disse a ajudante de cozinha Neide Santos, de 42 anos, ao sair da Estação Pinheiros. A aposentada Dorotéa Queiroz, de 84 anos, mora na região e reclamou da situação dos coletivos nas imediações. “O pessoal está todo perdido, porque os pontos finais estão espalhados pelas ruas. E neles não tem banheiros para os motoristas nem cobertura para os passageiros, que, às vezes, esperam na chuva. Achei pior do que gambiarra.”

Quando estiver pronto, o terminal absorverá 26 linhas de ônibus, beneficiando cerca de 80 mil pessoas por dia. No subsolo haverá uma garagem para 460 veículos. Além da ligação com a estação de metrô, também há uma parada de trem na região.

Fonte: Agência Estado





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