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Histórias de Moradores de PinheirosEsta página em parceria com o Museu da Pessoa é dedicada a compartilhar histórias e depoimentos dos Moradores do bairro de Pinheiros.
Na luta contra a corrupçãoSinopse Em seu depoimento ao Museu da Pessoa, Roberto Livianu fala sobre a imigração dos pais para o Brasil, como foi sua infância e sua relação com seus irmãos, comentando sobre suas brincadeiras e a escola. Conta como começou a se interessar pelo Direito e o ingresso na faculdade. Fala sobre o estágio no Ministério Público, como se decidiu pela carreira de promotor e o interesse pelo Movimento do Ministério Público Democrático e movimentos anti-corrupção. Descreve sua carreira profissional e acadêmica, e fala sobre sua família e seus filhos. A lembrança que eu tenho da infância, eu tenho da Rua Lisboa, ali em Pinheiros, e eu morei ali até os oito anos de idade, tenho alguma vaga lembrança disso. Estudei no Colégio Dante Alighieri desde o jardim de infância até o ensino médio, entrei no Dante com cinco anos de idade e morava lá na Rua Lisboa, me lembro vagamente, de brincadeiras na rua. Sempre fui um menino muito estudioso, na escola eu sempre fui um menino muito estudioso, era uma criança muito tímida, uma criança muito travada, com dificuldade de sociabilidade. Naquela época tinha, eu me lembro lá na Rua Lisboa, isso eu tenho a lembranças, que tinha, eu gostava, tinha a coisa de brincar de rodar pneu na rua, e a molecada brincava e ficava todo sujo, com aquela coisa de rodar pneu, tinha os carrinhos de rolimã também, que era bem perigoso. Eu sempre gostei de futebol, jogava junto com a turma lá, a gente sempre ia passar férias no Guarujá, na praia, desde criança, desde muito pequeno, e lá tinha uma turma de amigos, e a gente sempre jogava futebol na praia. Eu tenho lembrança da escola, inclusive do Jardim, eu me lembro que tinha uma professora, que era muito bacana, a Professora Márcia. Óbvio que são lembranças vagas, distantes, mas eu lembro desde o Jardim, lá no Dante Alighieri, o jardim, o pré-primário. Estabeleceu-se uma relação muito forte porque foi uma escola em que eu vivi desde os cinco anos de idade até os 17, então toda essa coisa da infância, da adolescência lá, uma relação muito forte com a escola, era um lugar que vivia muitas descobertas, muita intensidade ali. As coisas das aulas, ocupava uma parte importante realmente da minha vida, eu lembro bem. Eu tive alguns amigos na escola, e tive amigos lá no Guarujá, tem um amigo, que é amigo de infância, que eu tenho contato até hoje, mas de vez em quando a gente se vê, que é o Henri, nós somos amigos acho que desde os quatro, cinco anos de idade até hoje, e é amigo lá do Guarujá. O Marcelo, o Fábio, lá do Guarujá também, outro dia a gente até marcou um jantar e nos reencontramos. Era pra eu ter passado numa posição muito boa no vestibular, mas no dia da prova, eu não sei exatamente porque, mas eu gostava de poesia e me deu na veneta a ideia de na redação escrever uma poesia e não era permitido e eu tirei dois na redação, isso me derrubou. Se eu tivesse tirado um sete na redação, que óbvio que eu tinha condição de tirar, eu teria passado entre os cinco primeiros, mas, como eu fui muito bem no geral, então, mesmo com essa nota baixa, e naquela época o vestibular, as matérias tinham pesos, redação tinha peso oito pra Direito, então isso me derrubou a média geral. Mesmo assim eu passei numa posição intermediária, tinha acho que 450 vagas, eu passei em duzentos e pouco, não fui lá pro fim, agora, se tivesse tirado um sete, um oito, passava entre os primeiros, com certeza. Mas fiz a travessia, entrei na USP com 17 anos e toquei em frente, continuando na pauleira, porque fazia o curso de noite, trabalhava o dia inteiro, então era bem cansativo. Surgiu essa oportunidade de fazer o estágio no Ministério Público, fui estagiário do Antônio Herman Benjamin, que é hoje ministro do Superior Tribunal de Justiça, uma pessoa muito inteligente, muito culto, muita vivacidade, e aprendi bastante com esse estágio. Logo no início do estágio, já me identifiquei com a carreira, a visão do promotor de justiça, percebi que aquele era o meu caminho, percebi a minha vocação de trabalhar nesta dimensão, de defender a sociedade, de procurar fazer um trabalho voltado pra promover transformação, pra trazer justiça de uma forma coletiva e numa carreira pública. Então me identifiquei muito rapidamente e não tive a menor dúvida, tanto que não prestei nenhum outro concurso, eu só prestei concurso pra promotor de justiça, e fiz estágio lá por um ano, na promotoria criminal, e comecei a estudar. Eu já passei por praticamente todas as etapas da carreira de promotor, o início da carreira, o primeiro cargo que a gente ocupa é de promotor de justiça substituto, a carreira de juiz é exatamente igual, juiz substituto, o substituto, ele é um tapa buraco. Então um promotor saiu de férias, então alguém tem que cobrir esta lacuna, ou a promotora está de licença maternidade ou houve uma promoção, o cargo está vago, então no início da carreira você pode ser designado pra atuar em qualquer cidade do estado. Então são períodos curtos, de 15 dias ou de 30 dias, em que você vai cobrindo esses buracos, como você chegou ali e tem que assumir o trabalho, você não conhece o acervo, você não conhece os processos. Eu me casei durante o concurso, então tudo aconteceu nessa, aos 23 anos fui promotor, casei, no ano seguinte fui pai. Então esse começo da vida profissional realmente foi assim, mas, como eu estava entusiasmadíssimo com a carreia, nada parecia inatingível, todos aqueles processos, tudo pra mim eram descobertas, era extremamente prazeroso. Mesmo diante da dificuldade, e há uma dificuldade especial ali, porque é uma cidade pequena e tem um promotor, então não tem um colega do lado pra trocar ideia, você tem que encontrar o caminho, encontrar a solução. Mudamos pra São Paulo, eu me promovi pra São Paulo, fiquei trabalhando três anos e tanto lá, realmente muito trabalho, e, quando viemos pra São Paulo, eu fui trabalhar no júri em Santo Amaro. Comecei a lecionar na faculdade, na UNIP, e uma etapa que começava a diminuir um pouco a loucura do trabalho, porque havia muito trabalho, mas não se compara. Eu lido com comunicação dentro do Ministério Público já há 15 anos, fui assessor de comunicação e percebi esse gosto por lidar com isso e me envolvi em outra jornada de trabalho, que foi a jornada do Movimento do Ministério Público Democrático, que é uma associação, que no ano que vem completa 25 anos de vida, na qual eu tenho atuado com muita intensidade. Os meus filhos, eu não tenho nenhuma dúvida de que os meus dois filhos representam o que eu fiz de melhor em toda a minha vida. Eu tenho muito orgulho dos meus filhos, eu tenho amor, muito carinho pelos meus dois filhos. Eu fui pai muito jovem, eu me casei muito jovem e fui pai muito jovem, a minha filha nasceu quando eu tinha 24 anos, a Ligia, que hoje tem 22, e o meu filho Rodrigo nasceu, eu tinha 26 anos, ele tem hoje 20. Eu sempre procurei ser um pai presente, participativo, dividindo os ônus com a minha então esposa, mãe deles, presente na vida escolar deles, acompanhando tudo, até que eles chegassem a adquiri a independência. Mas, por outro lado, além de ser uma coisa indescritível do ponto de vista do que isso representa, de uma nova vivência, de uma nova responsabilidade, o sentimento de amor, de ter trazido ao mundo duas pessoas pelas quais eu tenho grande responsabilidade e quero que sejam pessoas do bem, que construam boas coisas e, mesmo os amando infinitamente, e é uma coisa pra sempre, mas eu também sempre tive muita clareza de que eu precisava cria-los para o mundo. Normalmente de manhã eu procuro fazer uma atividade física, eu faço exercício com um personal que vem até a minha casa, faço exercício com ele três vezes por semana, nos outros dias procuro fazer uma caminhada, alguma coisa neste sentido. |
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