Pinheiros: Largo da Batata em fotos e textos

Considerado por vários historiadores como o local de origem do bairro de Pinheiros, na zona oeste de São Paulo, o Largo da Batata terá sua história contada em exposição na Praça Monte Serrat. Inaugurada neste sábado (11), a mostra Largo da Batata: Uma breve história conta um pouco sobre as transformações históricas do bairro que completou 450 anos em 2010. O largo também foi escolhido por passar atualmente por diversas obras de reforma urbanística, que tiveram de ser em parte interrompidas por achados arqueológicos na região.

A ideia de uma exposição de rua é atrair as pessoas que circulam pelo bairro. “Queríamos alcançar também as pessoas que não frequentam museus ou centros culturais”, afirma o arqueólogo responsável pelas escavações no Largo da Batata, Plácido Cali.

Organizada pelo Sesc Pinheiros em parceria com a empresa Gestão Arqueológica Consultoria em Patrimônio Cultural, a exibição traz em 24 painéis textos e fotos históricas. Nos murais é traçado um período desde o aldeamento indígena de 1560 – comprovado por mapas que indicavam a região, mas ainda sem provas físicas encontradas – até a inauguração da Avenida Faria Lima, em 1970.

Escavações. Uns dos destaques da mostra são os resultados das escavações arqueológicas, iniciadas em dezembro do ano passado, após a interrupção das obras viárias da região – e que terminaram em julho deste ano. Entre os 20 mil objetos encontrados estão louças, porcelanas, garrafas de vinho e uísque – todos importados – e cerveja holandesa do século 19. Serão exibidas fotos de alguns desses objetos.





Sem limpeza pública organizada, era comum que os cidadãos jogassem lixo e restos de comida – como os ossos de boi encontrados – nos quintais das casas. Um grande cocho para os animais beberem água também foi desenterrado. “As referências sobre o padrão de consumo retratam bem como as pessoas levavam uma vida rural”, explica Cali.

Intervenção. Os Largos da Batata e de Pinheiros já eram conhecidos pela importância histórica, mas as escavações começaram só depois de uma denúncia anônima feita ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). As obras na região teriam começado sem os estudos arqueológicos e de impacto ambiental.

Atualmente, as demolições previstas em prédios na Avenida Faria Lima estão paradas. “Isso ocorre em função das desapropriações, que dependem de parecer jurídico”, explica o engenheiro Norberto Duran, gerente de obras da SP

Apesar da demora, ele garante que, assim que forem retomadas, as escavações continuarão.

Plácido Cali conta que será proposto ao Iphan, quando tudo for terminado, fazer uma estrutura especial de vidro no chão para evidenciar os artefatos encontrados no local onde teria sido uma taberna.

Fonte: O Estado de S. Paulo





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