Pinheiros: linha Amarela do Metrô de São Paulo completa um ano ainda em fase de testes

No dia 25 de maio de 2010, a linha-4 Amarela do Metrô começava a operar em fase de testes entre a estação Paulista e a estação Faria Lima. Exatamente um ano depois, o ramal continua operando de forma experimental, com horário reduzido, das 4h40 às 15h.

Desde o início das obras da linha, em 2004, apenas quatro estações, que abrangem um trecho 5,3 km de extensão, passaram a operar: além de Paulista e Faria Lima, também estação Butantã e estação Pinheiros. Em comparação com os mais recentes ramais inaugurados de metrô em Medellín (Colômbia), Santiago (Chile), Cidade do México, Paris (França) e Pequim (China), a expansão da linha Amarela do Metrô de São Paulo é a mais lenta.

A conclusão se baseia na relação entre o tempo da obra e a extensão de trilhos de metrô entregue à população. A reportagem do R7 usou dados oficiais das páginas do setor de Transporte destas cidades. Como nos sete anos de obras da linha 4-Amarela – até o momento – foram entregues 5,3 km de trilhos, a média de construção foi de 757 m/ano. Já em Pequim, o ritmo foi de 16,47 km/ano; em Cidade de México, de 3,37 km/ano; em Medellín, de 1,54 km/ano; em Santiago, de 1,15 km/ano;  e em Paris, de 1 km/ano.

O ritmo de expansão da linha Amarela de São Paulo superou apenas o linha H de Buenos Aires (666 m/ano) e a linha 11 de Madri (708 m/ano). Porém, nenhuma dessas cidades é tão carente de metrô quanto São Paulo, segundo Sérgio Ejzenberg, mestre em transportes pela Escola Politécnica da USP (Universidade de São Paulo) e perito em acidentes de trânsito.





– Para a gente ser justo, uma cidade que já construiu tudo, pode ficar em zero quilômetro por ano de construção de metrô que fica tudo bem.

Linha Azul

O ritmo de construção linha Amarela é inclusive superado pela pioneira linha Azul do Metrô de São Paulo, que teve 5 km construídos em seis anos entre 1968 e 1974. Segundo Ejzenberg, a velocidade de construção da linha é uma questão de prioridade do governo, que privilegia obras para o transporte individual, como o trecho sul do rodoanel.

Uma das razões do atraso na construção da linha amarela foi o acidente na estação Pinheiros, há pouco mais de quatro anos.  No dia 12 de janeiro de 2007, a área da estação Pinheiros – que foi inaugurada neste mês – desabou, formando uma cratera gigante que “engoliu” diversos veículos e matou sete pessoas. As buscas pelas vítimas duraram 13 dias. O acidente traz problemas aos moradores até hoje.

Para o arquiteto e especialista em transporte de alta capacidade Marcos Kiyoto, o acidente foi o “mais grave que se tem notícia durante uma obra de metrô. Segundo ele, houve um erro de “várias estâncias”.

– Uma crítica que eu faço é essa facilidade de terceirizar tudo. A estrutura é tão fragmentada que acaba ficando difícil de saber de quem é a culpa.

Mas a lentidão não se restringe a linha amarela. O R7 noticiou em dezembro passado que o Metrô de São Paulo é um dos menores e com ritmo de construção mais lento do mundo.

Fonte: R7





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