Com água na canela, a arquiteta Catherine Otondo, 44, deixou o carro longe do colégio Santa Cruz, no Alto de Pinheiros (zona oeste de SP).
Por causa da enchente na avenida Arruda Botelho, o jeito foi caminhar para conseguir pegar os filhos, que aguardavam nas salas de aula.
Segundo ela, o jardim da escola no bairro de Pinheiros chegou a ser atingido pela água da enchente.
Os alunos que sairiam da escola por volta das 18h30 só conseguiram deixar a instituição mais ou menos uma hora depois.
“Não dava para chegar de carro. Esperei a água baixar um pouco e fui andando com água na canela para pegar meus filhos”, disse Catherine.
Conforme a arquiteta, ao sair da colégio com os filhos, de 10 e 7 anos, a água havia baixado quase totalmente.
Outros pais de alunos colocaram as crianças nas costas para passar pela água.
ILHADOS
Alguns deles se arriscaram e tentaram passar de carro pelas vias alagadas do entorno. Uma funcionária ouvida pela reportagem disse que não houve pânico e que as crianças foram mantidas dentro das classes. “Elas estão tranquilas, fazendo atividades, mas os pais não conseguem chegar aqui para buscá-las”, contou.
Na avenida onde fica a escola, o cenário era de devastação no fim da tarde. Pelo menos cinco carros ficaram empilhados uns sobre os outros.
NA JANELA
Quem estava no entorno também sofreu. O administrador Fabiano Cartolano, 28, ficou cerca de uma hora dentro de sua caminhonete Dodge Dakota esperando que a água baixasse. “O carro é alto, mas a água subiu bastante, chegou na altura da janela.”
Ele estava no Alto de Pinheiros, mas queria chegar à Vila Leopoldina, bairro vizinho, onde a mulher trabalha.
Funcionária da Ceagesp, cujo entorno também alagou, ela ficou ilhada. O marido, que a pegaria no trabalho às 18h30, só conseguiu chegar aproximadamente às 21h.
Às 23h, o casal estava parado no trânsito da praça Panamericana, ainda no Alto de Pinheiros.
“Foi uma noite de caos. E ainda não sei que horas vou conseguir chegar na minha casa”, afirmou Cartolano.
Fonte: Folha.com