Consórcio Via Amarela deve divulgar novo laudo sobre acidente do Metrô em Pinheiros

O Consórcio Via Amarela, responsável pelas obras da Linha 4 (Amarela) do Metrô de São Paulo deve divulgar um novo laudo sobre o desabamento do canteiro da Estação Pinheiros, na Zona Oeste da capital, em janeiro do ano passado. O acidente provocou a morte de sete pessoas e deixou outras 230 desabrigadas.

De acordo com o representante legal do consórcio, Márcio Pellegrini, o novo laudo está sendo feito por uma equipe de consultores brasileiros e estrangeiros e deve ser divulgado na primeira semana de julho. O diretor fez uma palestra na manhã desta segunda-feira (23) sobre escavação de túneis em centros urbanos no 2º Congresso Brasileiro de Túneis, realizado na região central de São Paulo.

Segundo Pellegrini, o novo laudo deve ter conclusão parecida com a do inglês especialista em mecânica das rochas, Nick Barton, contratado pelo consórcio para analisar o acidente.

De acordo com o relatório de Barton, divulgado em março deste ano, o problema ocorreu devido a um maciço, com cerca de 15 mil toneladas, que não havia sido completamente identificado nas análises feitas durante o projeto. De acordo com Barton, o bloco tinha formato de cone e estava apoiado na face superior do túnel concebido para ligar a Estação Pinheiros à Faria Lima – e acabou desabando.

Evelson de Freitas/Agência Estado
Obras da futura Estação Pinheiros, da Linha 4 do Metrô de São Paulo (Foto: Evelson de Freitas/Agência Estado)





Na época da divulgação do relatório do inglês, Pellegrini disse que o acidente ocorreu por fatalidade. Nesta manhã, ele voltou a afirmar que foram feitas diversas sondagens e análises na região da estação e nenhum dos trabalhos sinalizou que poderia ocorrer o acidente. “Encontramos uma surpresa geológica”, disse, referindo-se ao maciço rochoso indicado por Barton.

Pellegrini não quis falar sobre as conclusões do laudo do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), que foi entregue ao Ministério Público neste mês. Segundo o laudo, uma série de erros levou ao acidente. O representante disse que o laudo do instituto está sendo analisado e o consórcio só vai se pronunciar sobre o assunto após divulgar seu próprio laudo em julho. “Não gostaria de ser desrespeitoso e antiético em falar sobre algo que não conheço em profundidade”, afirmou.

Em seu relatório, o IPT afirma, entre outros pontos, que a obra não levou em conta o modelo geológico do local. O projeto previa a construção em terreno seco, mas a investigação identificou a presença de água na região. Ainda segundo o laudo do instituto, o aprofundamento de uma rampa, não prevista no projeto, aumentou a exposição das paredes dos túneis, faltavam pinos e suportes suficientes nas paredes laterais e no teto da escavação do túnel e que também houve uma inversão no sentido da escavação que pode ter colaborado para a instabilidade do túnel.
O laudo constatou ainda que a inexistência de uma gestão de risco fez com que a possibilidade de desabamento não fosse identificada e não havia um plano de emergência para a retirada de pessoas do local.

Fonte: G1





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