Obra inacabada gera transtorno em Pinheiros

Depois de gastar R$ 78,8 milhões no projeto de reurbanização do Largo da Batata, em Pinheiros, zona Oeste da capital, a Prefeitura decidiu interromper as obras e agora informa que está fazendo uma licitação para, em breve, retomar os serviços, segundo relato de reportagem do Diário de S. Paulo. Faz exatamente dez anos que o projeto foi concebido pelo arquiteto Tito Lívio Frascino. Tem dez anos também que os moradores de Pinheiros e a população que circula pelo centro comercial do bairro aguardam a revitalização da área. Pelo jeito, todos vão ter de continuar esperando.

O Largo da Batata, segundo quem passa por ele, parece um deserto. No imenso piso de concreto, irregular, não há nada. Das poucas árvores plantadas, sem proteção, não sobrou quase nada. O cenário é desolador. “Às vezes, em lugar de melhorar, só piora”, comentou a auxiliar de enfermagem Maria Quitéria Ferreira, que espera ônibus no local. “De noite é escuro. De dia é horroroso. Um campo aberto, sem árvores, sem bancos e sem cobertura”.

Apesar de decidir pela reurbanização em 2001, a Prefeitura só começou as obras em 2007. A conclusão, prevista para 2009, foi adiada para 2010 e, depois, para 2011. Agora ninguém sabe ao certo. A administração acena com mais 18 meses de obras, a contar do início dos trabalhos, ainda indefinido. O autor do projeto, Tito Frascino, estanha. “Aquilo, do jeito que está, é muito esquisito”, diz ele. “Falta muita coisa. Nem sei se chegou na metade”.





Perto da estação Faria Lima do Metrô, inaugurada há quase um ano, a ciclovia que “invadia” a avenida foi bloqueada com malotões de concreto. A impressão de quem passa pelo local é de que erraram o traçado. Tapumes estão por toda parte, calçadas esburacadas, desnível nos pisos, Lixo “Tudo aqui é absurdo”, resumiu a empregada doméstica Maria Lurdes Xavier, apontando alguns buracos na calçada.

Com as novas obras, conforme a Prefeitura, serão feitos passeios, alargamentos e a infraestrutura para enterra a rede da Eletropaulo. Os custos não são conhecidos. “Deveriam ter tido mais empenho”, opinou Tito Frascino. “É uma obra importante que está parada depois de tanto esforço”.

Fonte: Diário de S. Paulo





Deixe seu comentário