PF prende em Pinheiros dona da Daslu e outros envolvidos em sonegação fiscal e contrabando

SÃO PAULO – A Polícia Federal prendeu na manhã desta quinta-feira a dona da butique Daslu, Eliana Tranchesi, o irmão dela, Antonio Carlos Piva de Albuquerque, e o dono da importadora Multimport, Celso de Lima. Eliana foi encaminhada à Penitenciária do Carandiru e os outros dois ao Centro de Detenção Provisória de Pinheiros. Também estão com prisão decretada e são procurados os donos de importadoras André Beukers (Kinsberg), Roberto Fakhouri Junior e Rodrigo Nardy Figueiredo (Todos os Santos) e Christian Polo (By Brasil).

O mandado de prisão foi determinado pela juíza Maria Isabel do Prado, da 2ª Vara da Justiça Federal de Guarulhos, que condenou Eliana e os outros seis empresários pelos crimes de formação de quadrilha, descaminho (fraude em importações) e falsificação de documentos. Estão sendo cumpridos ainda sete mandados de busca e apreensão. A sentença foi dada na noite de ontem.

A pena aplicada pela Justiça à Eliana Tranchesi chega a 21 anos de prisão, por seis crimes de descaminhos consumados, três descaminhos tentados e nove falsidades ideológicas, além de formação de quadrilha.

Todos foram condenados por participação em um esquema de importação fraudulenta para abastecer a loja Daslu, que teria sonegado aproximadamente R$ 1 bilhão em impostos. A loja já havia sido multada em R$ 236 milhões pela Receita Federal e em R$ 400 milhões pela Fazenda estadual após investigação do esquema, na Operação Narciso, comandada pelo MInistério Público e pela Polícia Federal.





O pedido de condenação foi enviado à Justiça no ano passado pelo MPF de Eliana e dos outros seis envolvidos. O MPF recomendou que o irmão de Eliana seja condenado à mesma pena que ela, pois comanda a área financeira da empresa

Eliana e seu irmão foram presos pela primeira vez em julho de 2005, durante a Operação Narciso. A investigação durou 10 meses. De acordo com o MPF, a Daslu era responsável pela escolha, compra e pagamento das mercadorias no exterior. As importadoras entravam em cena para falsificar documentos e faturas, permitindo o subfaturamento do valor das mercadorias no desembaraço aduaneiro. A escolha da mercadoria era feita, segundo os promotores, pessoalmente por Eliana Tranchesi ou por uma outra pessoa por ela indicada.

O esquema começou ser investigado após uma fiscalização de rotina, que reteve uma carga destinada à Daslu, mas supostamente encomendada pela Multimport. Na conferência da carga, os auditores descobriram as diferenças de valores entre a declaração de importação e o valor real das mercadorias. Nas caixas foram achadas notas de produtos da Marc Jacobs e bilhetes de controle de saída de estoque da Donna Karan.

Eliana, o irmão e os outros dois envolvidos ficaram presos na carceragem da PF logo após a Operação Narciso, mas logo depois foram libertados. Em 2006, Antônio Carlos Piva de Albuquerque ficou detido cerca de 20 dias no Centro de Detenção Provisória (CDP) de Guarulhos.

Fonte: O Globo





Deixe seu comentário