Prefeitura desiste de vender quarteirão no Itaim, Subprefeitura de Pinheiros e mais 16 áreas

A gestão Gilberto Kassab (PSD) abandonou – pelo menos por enquanto – a proposta de vender 18 terrenos e imóveis públicos em troca de creches, como anunciado há cerca de um ano. A desistência foi forçada: por mais que o secretariado do prefeito acredite que o modelo é válido e benéfico para a cidade, a avaliação é de que, além da repercussão negativa, não há mais tempo hábil para concretizar as licitações até o fim do ano.

Entre os imóveis que não serão vendidos está o polêmico quarteirão do Itaim Bibi, delimitado pelas Ruas Horácio Lafer, Salvador Cardoso, Cojuba e Lopes Neto, onde hoje funcionam oito equipamentos públicos. A preservação do terreno de 20 mil m² foi defendida por moradores do bairro, que chegaram a apelidar a área de “Quarteirão da Cultura”.

A mobilização popular conseguiu que o Conselho Estadual de Preservação do Patrimônio Histórico (Condephaat) abrisse estudo de tombamento no ano passado para proteger o terreno, que ainda não foi votado pelos conselheiros do órgão. Ele era o mais valioso de todas as áreas que seriam vendidas: segundo estimativa da Empresa Brasileira de Estudos do Patrimônio (Embraesp) feita em 2011, valeria R$ 140 milhões. No total, os 20 terrenos e imóveis anunciados para a venda estavam avaliados em R$ 480 milhões – e apenas dois menores devem ser negociados.





Segundo o secretário de Desenvolvimento Econômico e do Trabalho, Marcos Cintra, a demora na decisão do Condephaat está obrigando a Prefeitura a desistir da venda da área nesta gestão. “Isso é um processo que demora meses e não tem sentido se ter um programa de venda do patrimônio, ainda mais polêmico como esse, em setembro, outubro, final de governo”, afirmou.

O segundo imóvel mais valioso da lista era a Subprefeitura de Pinheiros, na Avenida Nações Unidas. A negociação da área está parada por decisão judicial que, desde meados do ano passado, impede a licitação.

Fonte: O Estado de S. Paulo





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