Quatro anos após acidente, Estação Pinheiros do Metrô passa por testes

A Estação Pinheiros do Metrô de São Paulo (Linha 4-Amarela) está em fase de testes. Quatro anos depois do acidente no canteiro de obras, que ruiu e deixou sete mortos em 12 de janeiro de 2007, o cenário é outro: instalações modernas, acessos para deficientes, arquitetura elaborada para gastar o menos de energia possível. De acordo com o Metrô, a previsão é inaugurar a estação em “meados de 2011”.

Nesta terça (11), o portal G1 visitou a estação, localizada ao lado da Marginal Pinheiros, e acompanhou o trabalho dos operários, que fazem os últimos acabamentos. A construção ficou a cargo do consórcio Via Amarela, que diz já ter concluído “98% da obra física” de toda a Linha 4, composta por dez estações. Com 12,8 km de extensão, o trajeto total vai ligar o bairro da Luz (região central) à Vila Sônia (Zona Sul).

Até agora, só as estações Faria Lima e Paulista foram entregues à população. Junto com as paradas Butantã, República e Luz, a de Pinheiros faz parte da primeira fase da obra, que, de acordo com o Metrô, custou R$ 3,8 bilhões (incluindo participação privada).

Tecnologia

A previsão do Metrô é que cerca de 350 mil pessoas passem por dia pelas estações Pinheiros e Butantã. Para entrar em Pinheiros, o usuário não encontra catracas, mas portas de vidro que se abrem quando a passagem é paga. Até a plataforma, distante 30,95 metros da superfície, o passageiro opta por escadas comuns, 32 escadas rolantes e dois elevadores. A construção tem ao todo seis andares.

A assessoria de imprensa do Metrô informa que a preocupação com a questão ambiental fez parte do projeto. Por isso, grande parte do teto da Estação Pinheiros contém vidro, aproveitando a luz natural. As escadas rolantes têm sensores e só funcionam quando alguém chega perto. Para esperar o trem, se for o caso, há bancos para obesos.

A plataforma, que tem 132 metros de comprimento, é toda cercada por uma barreira de vidro. O objetivo é evitar que as pessoas se machuquem durante o embarque e o desembarque. As portas se abrirão quando a composição parar. O caminho até o trem é traçado com o chamado piso direcional, usado por pessoas com deficiência visual.





Em frente à estação do Metrô, cruzando uma pista da marginal, fica a estação de trem da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). A passarela ligando as duas paradas também está quase pronta e a integração entre os dois meios de transporte será gratuita.

A operação da estação ficará sob responsabilidade do consórcio ViaQuatro. A empresa diz que os trens já passam pelos trilhos, fazendo testes. As composições, assim como em toda a Linha 4, não terão condutor nem separação entre os vagões. A energia elétrica que move o trem fica no teto, evitando acidentes por choque.

A tragédia

Com o desabamento de parte do canteiro de obras, na tarde de 12 de janeiro de 2007, uma enorme cratera se abriu, engolindo veículos e pessoas que passavam pelo local. Logo no primeiro ano, de acordo com a Defensoria Pública do Estado, 61 acordos de indenização foram fechados com a Via Amarela, beneficiando 145 pessoas. Ainda há ações em andamento porque moradores do entorno perderam suas casas com o acidente.

Em janeiro de 2009, o Ministério Público de São Paulo denunciou 13 pessoas, entre funcionários do Metrô e do Consórcio Via Amarela, responsabilizando-os pelo desabamento das obras. A Justiça aceitou a denúncia e o processo foi aberto. Em março do ano passado, o desembargador Sydnei de Oliveira Jr., da 7ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça, suspendeu, em caráter liminar, a ação contra os 13 réus. O requerimento para a suspensão foi feito pela Via Amarela.

Em julho de 2010, por unanimidade, os três desembargadores que julgaram o mérito daquele habeas corpus revogaram a liminar e determinaram o prosseguimento da ação judicial, recomendando que as testemunhas fossem ouvidas. Segundo a assessoria de imprensa do TJ, isso ainda não ocorreu. O acórdão com a decisão dos desembargadores saiu em novembro.

Fonte: G1





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