Suspeito de cometer crime em Pinheiros seria hóspede da vítima

O suspeito de matar a facadas o analista de sistemas Eugênio Bozola, de 52 anos, e o modelo Murilo Eugênio Bozola, de 21, na segunda-feira (22), é um hóspede do apartamento onde os dois moravam, na Rua Oscar Freire, bairro de Pinheiros, zona oeste de São Paulo. Essa é convicção do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que divulgou nesta quinta-feira (25) a identidade e imagens do suposto assassino.
A polícia ainda não sabe a motivação do crime.

De acordo com o DHPP, Lucas Cintra Zannetti Rosseti, de 21 anos, matou Bozola e Silva na noite do dia 22 e fugiu com o carro do analista, um Honda Civic prata. O analista foi encontrado morto na cozinha e o modelo – que morava de favor havia cerca de quatro meses no apartamento de Bozola – estava no quarto. O assassino usou duas facas de cozinha e golpeou as vítimas só na altura do pescoço e do rosto. A reportagem não conseguiu ontem contato com o acusado ou alguém que o representasse.

No dia do crime, vizinhos ouviram discussões no apartamento, depois de um som de festa. “Não foi um crime premeditado. Ele tentou se desfazer das roupas e pegou o carro da vítima, coisas que poderia pensar antes. Deve ter havido uma discussão”, disse o chefe da Divisão de Homicídios do DHPP, delegado Maurício Guimarães Soares.

Na investigação, a polícia achou o tênis de Rosseti – flagrado com o mesmo calçado pelo circuito interno de uma pizzaria no fim de semana antes do crime. “Ele tentou queimar as roupas que usava, mas como o cheiro começou a chamar a atenção de vizinhos, colocou na máquina de lavar”, disse o delegado Mauro Dias, que investiga o caso.





A polícia encontrou na máquina de lavar uma calça e uma camisa parcialmente queimadas, que pertenceriam a Rosseti, e uma toalha ensanguentada. Ainda há vestígios de sangue em outros cômodos, além da cena do crime, o que indica para a polícia que o autor dos assassinatos também se feriu.

Segundo a polícia, o autor escreveu nas paredes do apartamento com sangue as iniciais “CV” e “ZO” (de Comando Vermelho e Zona Oeste, respectivamente) para despistar. Havia também ofensas dirigidas a Bozola, de caráter homofóbico.

A polícia acredita que Rosseti esteja na região de Igarapava, no interior do Estado, onde nasceu. O veículo foi rastreado e a última informação é de que, às 5h43 da terça-feira, pouco depois do crime, o carro passou pelo pedágio de São Simão, região de Ribeirão Preto. “A região tem muitos canaviais. Ele pode se esconder com facilidade”, disse o delegado Dias.

Bozola era conterrâneo de Rosseti e foi quem o trouxe, no dia 14, para que ficasse em sua casa e conhecesse São Paulo. Segundo amigos de Bozola, Rosseti teve desentendimentos com Silva, que teria sido dopado antes de morrer.

No dia em que morreu, o modelo havia falado à ex-namorada, por telefone, que estava se sentindo mal. Os investigadores encontraram no apartamento uma caixa de antidepressivo.

Fonte: Jornal da Tarde





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