Parques de SP têm aparelhos de ginástica que simulam esqui, cavalgada e surfe em Pinheiros

A arquiteta aposentada Maria Helena Ribeiro, de 63 anos, gosta de “esquiar” e “surfar” no Parque Zilda Natel, na Zona Oeste de São Paulo. Inaugurado neste mês, o parque não tem pista de gelo artificial nem piscina com ondas. O esqui, o surf, a remada e também a cavalgada são nomes de aparelhos de ginástica que estão sendo instalados em parques e praças da cidade de São Paulo. “Foi a melhor coisa que poderiam ter feito porque nem todo mundo tem dinheiro para pagar uma academia”, comentou Maria Helena, que disse já ter usado nove dos 10 equipamentos do local. “Vou ser freqüentadora assídua daqui”, acrescentou.

A iniciativa ganhou o nome de Academia da Terceira Idade, pois é mais voltada para esse público, mas pessoas mais jovens também podem usar a área. O G1 esteve no Zilda Natel e viu jovens usando os equipamentos, como a gerente de vendas Vanessa Balestero, de 29 anos. Ela conheceu o parque naquele dia e gostou de se exercitar ao ar livre. “Não gosto de academia, de puxar ferro, mas aqui, ao ar livre, você se exercita sem perceber. Acho que é bom para todas as idades”, afirmou ela que disse que pensaria na possibilidade de se exercitar sempre no local.

O Zilda Natel e o Parque do Povo, no Itaim Bibi, contam com 10 aparelhos que abrangem uma ampla variedade de exercícios. Também há aparelhos nas praças Esther Mesquita, em Higienópolis, Victor Civita, em Pinheiros, e no Parque das Bicicletas.

A idéia de implantar os equipamentos surgiu em 2007, após funcionários da prefeitura conhecerem os equipamentos em Pequim, na China. Várias praças do país contavam com os aparelhos na época, um ano antes das Olimpíadas de 2008.

A dona-de-casa Marília Luz, de 57 anos, já virou frequentadora assídua da academia do Parque do Povo. Ela também gosta do equipamento de surfe e vai diariamente ao local, onde se exercita em todos os equipamentos durante 45 minutos. “Adorei isso aqui. Estava com dores no joelho, comecei a me exercitar aqui e as dores passaram”, conta ela, que diz gostar dos equipamentos por serem de baixo impacto e não provocarem dores no corpo por esforço excessivo.

“No meu prédio [no Itaim Bibi] tem academia e é pouco usada, aí sugeri ao síndico para comprar equipamentos como esse”, diz ela que, de tão empolgada, entrou no site da empresa que fabrica os equipamentos atrás de mais informações. Marília costuma ir ao parque com o marido, Antonio Carlos Colangelo Luz, de 59 anos. Eles caminham cerca de 20 minutos e depois se exercitam nos aparelhos.

Os equipamentos têm placas com o nome da atividade e um desenho do corpo humano mostrando as musculaturas que são exercitadas, mas não contam com instruções sobre o uso, o que pode gerar dúvidas em alguns usuários.

G1 levou o professor de educação física e instrutor de treino Kim Cordeiro ao local para ele avaliar a qualidade dos aparelhos. Com a presença do instrutor, diversas pessoas pediram orientação. Maria Helena, por exemplo, não usava o alongador, pois achava que ele servia como uma barra para a pessoa erguer o corpo com a força dos braços. Com a orientação do professor, ela aprendeu a usar o equipamento.





Na avaliação de Cordeiro, os equipamentos são bons, abrangem um grande número de exercícios, mas deveriam ter instruções sobre o uso. Segundo ele, como os aparelhos são de pouca intensidade há um risco pequeno de as pessoas se machucarem ou sofrerem lesões caso usem de forma errada. De acordo com o professor, os equipamentos exercitam melhor pessoas mais velhas porque os jovens precisam de uma carga mais intensa.

O professor aconselha que se comece a fazer exercício devagar. A intensidade deve ser aumentada aos poucos. Também é importante, segundo ele, usar tênis e uma roupa leve que não atrapalhe o movimento do corpo. “O ideal é usar todos os equipamentos e com assiduidade”, indicou ele, para quem o lugar também é muito bom para desestressar. “O efeito psicológico, de vir aqui, se exercitar, também é muito bom”, afirmou.

Mais academias

A Secretaria Municipal de Coordenação de Subprefeituras pretende implantar a academia em outras praças da cidade e já recomendou aos subprefeitos que indiquem locais que possam receber a iniciativa. Um estudo técnico está sendo feito para saber quais locais comportam a estrutura e qual a viabilidade orçamentária para este ano.

Segundo André Graziano, responsável pelas áreas verdes do município, também está sendo estudada a possibilidade de contratar monitores de educação física, estagiários ou pessoas já formadas, para orientarem os usuários. O estudo deve ser concluído em dois meses. A ideia é que sejam instalados primeiramente em praças novas e nas que estiverem sendo revitalizadas.

O custo dos equipamentos varia de R$ 18 mil a R$ 30 mil dependendo do número de itens e não exigem muita manutenção. De acordo com Graziano, é um valor baixo, mas o setor público está tendo uma dificuldade em fazer licitação para a compra porque há poucos fornecedores, o que impossibilita uma ampla concorrência. Das cinco praças que possuem os equipamentos, na maioria eles foram comprados por instituições privadas.

Serviço:

Locais que têm a academia

– Praça Esther Mesquita – cruzamento das ruas Rio de Janeiro com Eng. Edgar Egydio de Souza – Higienópolis
– Parque do Povo – localizado entre a avenida Cidade Jardim, avenida Nações Unidas e rua Henrique Chamma.
– Parque Zilda Natel – esquina da Av. Dr. Arnaldo com a Rua Cardoso de Almeida
– Praça Victor Civita – Rua Sumidouro, 580, Pinheiros
– Parque das bicicletas – Alameda Iraé (esquina com a Avenida Indianópolis), nº35

Fonte: G1





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