A Estação Pinheiros da Linha Amarela do Metrô de São Paulo será inaugurada no dia 16 de maio, de acordo com o governo do estado. A previsão inicial era de que a estação ficasse pronta apenas no fim do semestre, segundo afirmou o governador Geraldo Alckmin durante a entrega de novos trens para a CPTM, nesta terça-feira. Em 2007, sete pessoas morreram quando a obra desabou.
O secretário de Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, disse que a integração com os trens da CPTM só ficará pronta no dia 30 de junho.
A Linha 4 possui apenas três estações até agora: Faria Lima, Paulista e Butantã – esta, inaugurada em março de 2011. Por enquanto, elas funcionam somente no horário das 8h às 15h. A previsão é, ainda este ano, concluir a primeira fase do traçado e abrir as Estações Luz e República.
Até 2014 o governo pretende terminar a segunda fase da Linha Amarela, com a implantação de mais cinco estações: Fradique Coutinho, Oscar Freire, Higienópolis-Mackenzie, São Paulo-Morumbi e Vila Sônia. Uma terceira fase, com paradas no Jardim Jussara e Taboão da Serra, está em fase licitatória e não tem previsão de término.
O projeto da Linha Amarela começou em 2001 e, na época, a estimativa era concluir as obras até 2006. Em 2007, já atrasada, a construção sofreu um acidente, com a abertura de uma cratera de 80 metros que matou sete pessoas. Imóveis ao redor da obra foram interditados. O Via Amarela, consórcio responsável pela construção e formado por CBPO, OAS, Alstom e Queiroz Galvão, primeiro atribuiu o problema ao excesso de chuvas.
Depois, um laudo mais elaborado feito pelo Consórcio Via Amarela concluiu que o acidente ocorreu por causa do solo ruim. Segundo o Consórcio, houve combinação inusitada de três fatores geológicos no terreno onde a obra estava sendo construída. Laudo do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), divulgado em junho, apontou que o desabamento teve 11 causas, entre elas falhas de engenharia.
Veja as 11 causas que levaram à tragédia em Pinheiros:
– o modelo geológico do local não foi levado em consideração.
– o projeto previa a construção em terreno seco, mas a investigação identificou a presença de água.
– o aprofundamento de uma rampa, não prevista no projeto, aumentou a exposição das paredes dos túneis.
– a inversão do sentido da escavação pode ter colaborado para a instabilidade do túnel.
– o comportamento estranho da obra exigia avaliações de estabilidade, e não há documentos que comprovem esta ação.
– a falta de pinos e suportes suficientes nas paredes laterais e no teto da escavação.
– a deficiência na fiscalização dos trabalhos.
– as detonações no dia 12 de janeiro, que produziram vibrações na estrutura.
– a inexistência de uma gestão de risco fez com que a possibilidade de desabamento não fosse identificada. E não havia também um plano de emergência para a retirada de pessoas do local.
Fonte: CBN