Moradores pedem mais segurança em Pinheiros

Um dia após a casa do secretário estadual de Logística e Transportes de São Paulo, Saulo de Castro Abreu Filho, ter sido invadida e assaltada por criminosos armados no bairro de Pinheiros, na Zona Oeste de São Paulo, moradores pediram mais segurança na região nesta terça-feira (8).

“Todos os dias escuto falar de assaltos no bairro. Apesar de a Polícia Militar ter se aproximado mais da gente, ainda temos alguns problemas. O principal é o policiamento ostensivo”, disse ao G1 Maria Helena Bueno, presidente da Sociedade dos Amigos de Alto de Pinheiros (SAAP). “Acho que o governo deveria dobrar o número de carros aqui na região. Atualmente são quatro carros da PM, mas ainda não é o suficiente”, afirmou, acrescentando que, no bairro, considerado de alto padrão, há mais de 5 mil casas.

Ela, no entanto, afirmou que nunca foi vítima de assaltos nos dez anos em que vive na região. Um homem que mora há 30 anos no bairro contou que é importante tomar cuidados para não ser vítima dos criminosos.

“A última vez que teve um roubo a casa aqui foi há três meses. Os assaltantes aproveitaram sempre um descuido da família, como no caso do Saulo”, disse um idoso, vizinho do secretário, que não quis se identificar.

Carro da PM
Até o início da tarde desta terça, um carro da Polícia Militar reforçava a segurança na casa de Saulo, que também trabalhou como secretário da Segurança Pública.

Um departamento especializado da Polícia Civil paulista vai investigar o assalto à casa de Saulo, informou ao G1 o delegado geral de Polícia, Marcos Carneiro Lima.

Ainda de acordo com o delegado, imagens gravadas pelo circuito de monitoramento por câmeras de residências próximas à casa do secretário, além de impressões digitais colhidas dentro do imóvel, estão sendo comparadas com o banco de dados da polícia para tentar identificar os criminosos. Cinco pessoas são suspeitas de pertencer à quadrilha. Elas não usavam máscaras, segundo relatou o secretário em seu depoimento.

5 minutos
Durante a ação criminosa, que durou cerca de cinco minutos, segundo a polícia, o secretário e sua família foram feitos reféns, sob a mira de armas, e foram obrigados a se deitar no chão. Apesar disso, eles não foram feridos. Os criminosos fugiram do local levando os pertences.





De acordo com a assessoria de imprensa da Secretária da Segurança Pública, foram roubados notebooks, joias, dinheiro, duas armas de Saulo, além de seu carro, um Hyundai Veracruz prata.

O veículo, usado para arrebentar o portão da garagem e auxiliar na fuga do grupo, foi encontrado por agentes do Grupo de Operações Especiais (GOE), da Polícia Civil, abandonado próximo à Rodovia Raposo Tavares, na região do Butantã, Zona Oeste.

Os objetos de valor, bem como os criminosos, ainda não foram localizados. O caso foi registrado inicialmente no 14º Distrito Policial, em Pinheiros. Investigadores disseram que Saulo informou aos criminosos ser secretário de Transportes, mas a quadrilha não relacionou seu nome ao cargo que ocupou na Segurança. Em outras palavras, a polícia suspeita que a escolha da casa de Saulo tenha sido aleatória. Apesar disso, fios de câmeras de segurança da casa do secretário podem ter sido cortados para impedir que imagens da ação fossem gravadas.

Procurado para falar sobre o roubo, Saulo informou, por meio da assessoria de imprensa da Secretaria de Logística e Transportes, que não irá comentar o assunto. Ainda segundo a assessoria, Saulo não foi trabalhar pela manhã.

Histórico
Saulo de Castro Abreu Filho foi secretário estadual de Segurança Pública de São Paulo entre 2002 e 2006. No dia 30 de outubro de 2010, assumiu a Secretaria de Transportes e Logística do governo de Geraldo Alckmin. Mestre em direito pela Pontifícia Universidade Católica (PUC), atuou como professor. É procurador de Justiça desde 1987. Depois de assumir várias comarcas em cidades do interior e da Grande São Paulo, passou a titular do 1º Tribunal do Júri da Capital.

Foi corregedor-geral da Administração do governo do São Paulo, entre 1995 e 2000, e presidente da Fundação Estadual do Bem-Estar do Menor (Febem) – atual Fundação Casa -, em 2001.

Fonte: G1





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