O Rio Pinheiros é um rio brasileiro do estado de São Paulo famoso nacionalmente por cortar a cidade de São Paulo. O Rio Pinheiros nasce do encontro do Rio Guarapiranga com o Rio Grande, e deságua no Rio Tietê.

Na cidade de São Paulo, é margeado pela via expressa Marginal Pinheiros, que junto com a Marginal Tietê, compõe o principal sistema viário da cidade (estima-se que 70% do fluxo total de veículos passem por uma das duas marginais diariamente).

Rio Pinheiros Antigo

Nos tempos coloniais, o Rio Pinheiros foi chamado de Jurubatuba, que em tupi significa “lugar com muitas palmeiras jerivás”. Passou a ser chamado de Rio Pinheiros pelos jesuítas, em 1560, quando eles criaram um aldeamento indígena de nome Pinheiros.

Foi chamado assim por causa da grande quantidade de araucárias (ou pinheiro-do-brasil) que cobriam a região. O principal caminho que dava acesso à aldeia era o Caminho de Pinheiros, que hoje é a Rua da Consolação.

Aos poucos, com a construção de pontes que permitiam a sua travessia, as margens do rio foram sendo ocupadas. O bandeirante Fernão Dias Pais Leme tornou-se proprietário de terras na margem direita do Rio Pinheiros. Na margem direita do rio, havia o Forte Emboaçava, para proteger a vila de São Paulo de Piratininga dos ataques indígenas, que à época eram constantes.

No início do século XX, a paisagem em torno do rio começou a transformar-se em função das novas levas de imigrantes, principalmente italianos e japoneses, que vieram se instalar às margens do rio.

A partir de 1940, foram iniciadas as obras de retificação do Rio Pinheiros. O objetivo destas obras era acabar com as inundações, canalizar as águas e direcioná-las para o reservatório Billings. Com isso, foram criadas condições para a instalação de uma usina de geração de energia elétrica.

As obras de retificação, junto com a construção de vias expressas de tráfego, isolaram o Rio Pinheiros do convívio com a população, antes mesmo de suas águas estarem contaminadas pela poluição.

Rio Pinheiros Antes e Depois

Rio Pinheiros Antes e Depois

Nas décadas de 1920 e 1930, com o objetivo inicial de gerar energia, a Light desapropriou 20 milhões de metros quadrados para a realização das obras, que incluíam a execução de barragens, elevatórias e a reversão do rio Pinheiros que passaria a receber as águas do Tietê, do qual era afluente, para alimentar a Usina Henry Borden nas encostas da Serra do Mar. Desta obra, cerca de 80% das terras passaram para o poder de Light, que tinha o direito de ficar com as terras “saneadas e drenadas” regulamentado por lei.





Observou-se que no início dos tempos a várzea era um obstáculo que limitava a expansão urbana, graças às suas características naturais e físicas. Esse ganho de terras do rio direcionou sua ocupação e foi fator determinante na comercialização dos terrenos. A construção de avenidas e vias expressas que deram acesso às grandes glebas drenadas pela Light aliados ao sistema de financiamento, atraiu dezenas de empresas multinacionais a partir da década de 1970, iniciando o eixo do setor terciário do setor sudoeste da cidade.

A criação das Operações Urbanas Consorciadas Faria Lima em 1995 e Água Espraiada em 2001, fez desta área, mais uma vez, objeto de grandes intervenções urbanas. Apesar dos avanços adquiridos referentes ao aspecto legal do planejamento urbano, com o advento do Estatuto da Cidade em 2001, tanto o Plano Diretor como as leis que regulamentam as operações urbanas, ainda não levam em conta o meio físico territorial. No geral, apresentaram programa amplamente voltado para melhoria do sistema viário, amparado no adensamento construtivo para captação de recursos para as obras.

Em uma cidade com a dinâmica de ocupação urbana como São Paulo, o levantamento histórico de informações se faz necessário para um planejamento adequado. Ao resgatar os mapas com o traçado do antigo leito do rio Pinheiros observou-se que muitas ruas foram executadas sobre os aterros de seus meandros. Há trechos em que o traçado original apresenta distância superior a quinhentos metros em relação ao atual canal. Outras evidências da existência do rio podem ser constatadas em vias curvas em locais planos, unindo os loteamentos antes separados pelo rio, em ruas sem saída ou desencontradas, em divisões irregulares entre lotes na mesma quadra. Nos locais onde passava o rio Pinheiros, a água aparece nas inundações decorrentes de problemas de drenagem e aterros, e também nas sarjetas devido ao exaustivo bombeamento do lençol freático onde há subsolos de garagem. Este trabalho procura trazer uma releitura, não só do rio Pinheiros, mas dos rios em relação à cidade, que apresentam características e situações semelhantes, tanto de ocupação como de planejamento urbano.

Rio Pinheiros Poluído – Poluição

Atualmente, o Rio Pinheiros recebe efluentes de 290 indústrias e dejetos de 400 mil famílias. Existem projetos e obras de implantação de coletores-tronco e interceptores por parte da Sabesp, que coletariam o esgoto dos bairros e lindeiros ao rio, enviando-as para tratamento em Barueri, garantindo e prometendo a sua recuperação e a volta de alguns tipos de peixes e plantas em suas águas.

Além da construção de coletores-tronco, são estudados outros processos de despoluição adicionais que podem ser usados no rio, como a flotação e a dragagem. Muitas outras, além de diversas espécies de animais vivem ao longo do rio. Uma esperança para a salvação do Pinheiros.
Entre os projetos de recuperação do Rio Pinheiros, destaca-se o “Projeto Pomar”, iniciativa de plantar flores e árvores frutíferas nas margens do rio, transformando suas margens em um jardim de 14 km de extensão com espécies nativas. O Projeto Pomar é uma iniciativa conjunta da governo estadual em parceria com onze empresas privadas. As primeiras iniciativas surgiram em 1999, com a cobertura paisagística da margem esquerda do rio.

Sabe-se que a vida tem resistido a toda a poluição do rio. Capivaras, gaviões, quero-quero, garças africanas, cobras, ratões do banhado e até um jacaré sobrevivem ao longo do Rio Pinheiros, aumentando as esperanças de salvação do rio, futuramente. Estima-se que a despoluição do Rio Pinheiros vá custar algo em torno de 100 milhões de dólares.

Vídeo com a história do Rio Pinheiros – Expansão, Jurubatuba, Novo Projeto

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